quarta-feira, 1 de abril de 2015

Adote um seminarista (ou um padre) e faça um bem

Sidney Silveira
Projeto “Amigos da Luz”
A atitude dos católicos perante a atual crise da Igreja oscila de maneira pendular entre duas certezas opostas — uma delas grandemente culpável, por voluntária cegueira, e a outra temerária pela impossibilidade de resolver-se canonicamente em plenitude, por uma questão de autoridade: tudo vai bem, tudo vai mal. Ou o Papa Francisco, assim como os anteriores até o finalzinho dos anos 50, é uma maravilha de fidelidade à Tradição; ou o Papa Francisco, assim como os anteriores até o finalzinho dos anos 50, não é Papa.
Entre estes extremos opostos — a saber: da papolatria sonsa à papoclastia muitas vezes farisaica — há inumeráveis gradações, e se as fôssemos representar com cores seria necessário recorrer a um programa de computador para captar todas as nuanças: dos sedevacantistas aos tradicionalistas, dos tradicionalistas aos neoconservadores, dos neoconservadores aos modernistas, dos modernistas aos beócios natos. Cada uma dessas espécies conhece inumeráveis subespécies, daí que para descrevê-las de maneira proficiente seria necessário escrever uma obra em dois volumes, quiçá três.
Os lefebvristas em geral não chegamos ao extremo de proclamar a vacância da Sede — não obstante esta possibilidade esteja abarcada pelo Magistério eclesiástico —, mas também não deixamos de perceber pessoas do clero bem-intencionadas que ainda têm esperanças de servir à Igreja sem se descatolicizar. Ora, que num corpo impregnado pelo vírus letal do modernismo haja quem faça ou queira fazer o bem espiritual, até mesmo às escondidas, não deixa de ser digno dos nossos maiores encômios. Isto para não falar nos jovens seminaristas, muitos dos quais em crise vocacional porque lhes falta formação para discernir uma série de questões importantes.
Em vista de pessoas como estas, criamos o projeto “Amigos da Luz”, que visa a beneficiá-las sem o Instituto Angelicum ver-se na contingência de sofrer um revés financeiro, pois não conta com apoio de mecenas e por isto não pode ser filantrópico.
As motivações do projeto, assim como as suas premissas, estão no link ao final desta postagem.
Entregamos a Deus esta iniciativa.